segunda-feira, 25 de março de 2013

É possível aplicar o conceito de causalidade sem tempo? É logicamente impossível, não?

Causalidade é o fato de um evento ser provocado por outro. O fluxo do tempo é, justamente, definido em função desse encadeamento, de modo que a precedência da causa em relação ao efeito não é verificada, mas, pelo contrário, o fato do efeito ser subsequente à causa é uma definição do sentido do tempo. Então não é que não possa existir causalidade sem tempo, mas sim que, existindo causalidade, surge o tempo. Para que não existisse o tempo, não poderiam haver eventos no Universo, isto é, nada poderia se alterar. Se os eventos não tiverem relação causal, mesmo assim se poderia definir estatisticamente o sentido do fluxo do tempo a partir da comparação entre dois estados globais do Universo. O mais provável é o subsequente. E a probabilidade de um estado do Universo é definida a partir do número de estados microscópicos associado a um dado estado macroscópico. Quanto maior, mais provável. Daí o conceito de entropia, definida logaritmicamente a partir dessa probabilidade (para que seja uma grandeza aditiva que, todavia, não tem conservação). O aumento de entropia define o sentido do tempo. Um problema é que, muitas vezes, pode haver sequência temporal de eventos relacionados, sem haver causalidade. Mas havendo causalidade, há sequência temporal. Em muitas pesquisas se encontra correlação entre situações subsequentes que parecem indicar causalidade sem que haja. Isso é perigoso e pode levar a conclusões apressadas errôneas. Para conferir é preciso também verificar se ambos não podem ter uma terceira causa comum e se a cessação do pretenso efeito é sempre acompanhada pela cessação da pretensa causa.

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