sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Como questão filosófica o senhor realmente acha que a religião é ópio do povo?

Concordo com essa frase de Marx em sua "Crítica da Filosofia do Direito de Hegel", de 1844. Mas isso já havia sido dito por Kant, Herder, Feuerbach, Bauer, Hess e Heine. De fato, as religiões, quaisquer que sejam, são um engodo que deixa as pessoas consoladas das vicissitudes por uma esperada recompensa celestial e, também, fornecem a esperança de um atendimento divino a suas súplicas, com a solução milagrosa de seus problemas. Mas nada disso acontece. Então ela, de fato, funciona como um ópio, isto é, uma morfina, um tranquilizante, um analgésico. Assim consoladas, as pessoas arrefecem o seu ímpeto de luta contra as situações que lhe provocam as vicissitudes, se não forem incontornáveis, de origem natural. Grande parte, contudo, advém da estrutura social e da opressão e exploração das classes dominantes sobre as oprimidas. Isso é algo que pode ser revertido por uma luta consciente dos oprimidos. A religião, em geral, amortece essa luta, promovendo a resignação ao sofrimento como uma virtude que será recompensada no céu.

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