sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

"Creio na ciência como o único caminho para se atingir a verdade." Isso é absurdo. Existe uma série de coisas que nós acreditamos racionalmente, mas que não podem ser cientificamente testadas‎

Acontece que a Filosofia não fornece verdades. Ela oferece propostas a serem aceitas como verdades. A verificação da veracidade de qualquer proposição se faz por dois processos. Ou por demonstração lógica, ou por constatação da evidência. Mas uma demonstração lógica tem que se basear em premissas já veritadas para ser verdadeira. Essas, por sua vez, ou também foram comprovadas logicamente ou por evidência. No final, o critério fica sendo o da evidência. E a evidência ou é verificada diretamente pelos sentidos, ou é verificada indiretamente, por testes experimentais e observacionais. Aí é que entra a ciência como fornecedora das ferramentas de teste para verificação fatual da verdade. Por isso, mesmo o resultado de um raciocínio, só será aceito como verdadeiro se verificado e a verificação é, sempre, científica. Aliás essa é a minha proposta filosófica, ou seja, de que a Filosofia se valha dos métodos científicos de veritação de suas proposições. Assim não se teria o caso de existirem "escolas" de pensamento conflitantes simultaneamente aceitas como válidas por partes da comunidade filosófica. Deveria haver um modo de testar todas as propostas conflitantes para se rejeitar as inválidas e sempre se ter um consenso filosófico a respeito de tudo. Quando se acredita em algo sem comprovação, essa crença pode ser aceita, desde que plausível e sempre de forma provisória, isto é, sujeita a rejeição ou revisão quando se verificar sua improcedência. É o caso, por exemplo, da crença na existência de um mundo objetivo fora de nossas mentes.

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