sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ernesto, o senhor já mudou radicalmente alguma convicção? Já descobriu uma de suas "verdade" bem embasadas como falácia? Obrigado!‎

Sim. A maior de todas foi a minha conversão do teísmo para o ateísmo que se deu em torno de meus vinte e poucos anos. E eu era um católico convicto e fiel, com a intenção de me tornar santo. Outra foi minha adoção do ideal anarquista, libertário e comunista, pois antes eu era um democrata liberal. Note que sou um comunista não marxista e nem socialista. No início de meus estudos científicos eu achava que a causalidade fosse uma necessidade para todo evento, de que já me libertei. O aprofundamento de minhas convicções anarquistas me levou a considerar o poliamorismo como uma postura inteiramente aceitável. Em filosofia da mente eu já fui dualista, hoje sou monista fisicalista. Em epistemologia já fui holista, hoje sou reducionista não linear. Já fui adepto da possibilidade de uma explicação unificada para as interações naturais (a teoria do tudo) e hoje considero que isso não vai acontecer. Há outras posições pontuais, que não me acorrem agora, que, à medida que fui estudando, mudei minha concepção. Há aspectos, contudo, que se mantêm inalterados em minhas concepções e modos de ser. Como minha predileção por música clássica, coisa de infância, bem como minha ojeriza por esportes, meu estilo pessoal aristocrático, apesar das concepções anarquistas. Minha total rejeição a todo preconceito. Minha generosidade. Minha diligência. Meu avoamento e esquecimento das questões práticas da vida. Minha vagareza...

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