quinta-feira, 2 de outubro de 2014

É impossível se afastar da dor sem se aproximar do tédio?(E vice-versa)‎

Mas é claro que é possível. Tédio e dor são aspectos diferentes de uma vida insatisfatória. A vida boa é a vida plena de alegria, paz, realização. Uma vida ativa, produtiva, realizadora, benfazeja. Para isso ela tem que ser conduzida por um ideal, que justifique todo o empenho e os sacrifícios, que não permita que os reveses sejam derrotas e se transformem em dor e que não deixe o tédio tomar conta de nenhum momento. Aliás, o tédio é o mais fácil de se derrotar, pois tendo-se uma razão pela qual viver e lutar jamais se sentirá tédio. Isso não significa que vá se trabalhar o tempo todo. Há os momentos de relaxamento e curtição de prazeres. Mas isso não é tédio, se os prazeres não forem o objetivo da vida, mas um intermezzo gratificante e saudável. O segredo é o epicurismo, que não se pode confundir com o hedonismo. Recomendo a leitura do livro: "Os Oito Pilares da Sabedoria Grega" de Stephen Bertman. Bem como o Tao Te Ching e o Bhagavad Gita. Ou, ainda, "As Consolações da Filosofia", de Alain de Botton. O Sermão da Montanha também é interessante, se se deixar de lado as justificativas para as bemaventuranças e se focar em levar a vida realizando as ações e modos de ser que elas prescrevem.

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