quinta-feira, 2 de outubro de 2014

"O Bem é parte da Hipóstase divina, logo, a noção de bondade é atrelada à Substância de D'us e não Ele atrelado às noções de bondade. Tudo que Ele faz é inquebrantavelmente bom, não só em última, como em qualquer instância" A saída calvinista para o paradoxo de Epicuro é coerente ontologicamente?‎

De modo nenhum. Isso é uma opinião completamente sem base. O bem não tem nada a ver com Deus. Deus, se existisse, poderia não ser bom que continuaria sendo Deus. O que caracterizaria uma entidade como um Deus seria o seu poder de agir sobre a natureza à revelia de seu comportamento normal. Isto é, um mágico, no sentido próprio da palavra. As pessoas passaram a considerar que um dos atributos de pretensa entidade que seria o Deus seria, também, a bondade. Certamente que essa não é a entidade que as religiões abrahãmicas concebem. O Deus de Abrahão não é nada bondoso. Sua extrema perversidade se demonstra na concepção cristã de Jesus como encarnação da segunda pessoa de Deus que teria nascido para morrer em sacrifício expiatório pelos pecados da humanidade. Exigir tal sacrifício de seu próprio filho (que é ele mesmo, pasme-se) é o cúmulo da crueldade. Um Deus bondoso teria simplesmente perdoado a humanidade. Além do que, um Deus bondoso nem sequer teria permitido a existência do mal, se fosse mesmo poderoso.

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