quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Num mundo anarquista, é preciso um sistema econômico? Por quê?‎

Claro. Mas um sistema econômico não monetário. Economia não é a ciência do dinheiro. Sequer das trocas não monetárias. Isso é acessório na Economia. Economia é a ciência da produção e distribuição de bens. E em uma sociedade, especialmente altamente sofisticada tecnologicamente, socialmente e culturalmente, há que se cuidar da produção e distribuição de bens, para que toda a sociedade seja cumulada pela satisfação de suas necessidades e, mais que isso ainda, de seus desejos supérfluos. Pois é para o supérfluo que se trabalha além do necessário e é o supérfluo que concede prazer à vida. Uma sociedade anárquica é, justamente, uma sociedade aprazível, uma sociedade em que todos gozem da benesse de poder fruir o supérfluo. Por isso a economia anarquista tem que ser muito mais bem elaborada do que uma economia monetária. Indústrias, transportes, comunicações, mercados têm que existir. Mas nada envolvendo dinheiro, propriedade e nem trocas. Isso é uma "Economia de Doação", ou seja, todos produzem e prestam seus serviços uns para os outros como doação. Assim todos recebem tudo o que precisam e mais além. Sem troca. De cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades. Para tal não pode haver preguiça e nem cobiça, já que não há mando e nem obediência. Isso só pode ser alcançado por um longo processo educativo. Daí a educação ser a chave da anarquia. Uma educação para o compartilhamento, para a solidariedade, para a cooperação. Não para a competição. Ninguém tem que ser melhor do que ninguém. Ninguém tem que vencer ninguém. Todos têm que se ajudar mutuamente para que todos se superem e todos cresçam ao máximo em suas potencialidades. Todo mundo desejando o bem de todo mundo.

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