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sábado, 31 de janeiro de 2015
A ciência é imparcial? É preciso haver unanimidade na ciência?
A ciência é um construto humano, portanto, eivado de vaidade e de interesses. Contudo ela possui um ideal de imparcialidade, que busca corrigir os desvios em sentido oposto. Esse comportamento, oriundo da comunidade científica em geral, é uma garantia de que a busca de verdade sempre prevalecerá. Todavia, essa mesma busca não permite que a unanimidade se manifeste em tudo, pois, em muitos casos, os modelos explicativos não são suficientemente bem alicerçados para arregimentar toda a comunidade em uma única formulação. Daí surgirem as propostas alternativas, que buscam atingir o estatuto de modelo padrão. Isso é muito bom, justamente para colocar o modelo padrão sempre em questionamento e para alterá-lo, uma vez visto que seja incorreto. O importante, contudo, para que uma ciência seja bem estabelecida, é o "corte epistemológico", segundo o qual, a cada momento, uma única proposta explicativa seja adotada pela grande maioria da comunidade do assunto, mesmo que contestada por grupos minoritários. Esses grupos lutam para se tornar o padrão, mas é preciso considerar que isso só pode acontecer se sua proposta se sagrar vencedora de todos os falseamentos a que for submetida. Há muitas que não logram satisfazer tal requisito. Como, por exemplo, a Hipótese das Supercordas, há tempos lutando para atingir o estatuto de teoria. Em algumas ciências, no entanto, isso não acontece, havendo "escolas de pensamento" conflitantes simultaneamente existentes. Tal se dá com a psicologia, a sociologia, a economia, a história e a filosofia, apesar desta não ser uma ciência. Sob o prisma epistemológico elas são "protociências".
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