sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A tua resposta foi extremamente utópica! Extremamente! Estás a ignorar por completo a própria natureza humana que é, sem sombra de dúvidas, egoísta, manipuladora, egocêntrica, violenta, entre outras particularidades. E sempre será. Daí a importância da segurança, da justiça, do própria Estado.

Não é não. A natureza humana tanto é egoísta quanto altruísta, tanto é violenta quanto é pacifista, tanto é cruel quanto é bondosa. Pessoas são capazes de atos pérfidos e sublimes. A questão é levar a sociedade a gratificar as ações benevolentes e a penalizar as malévolas, de modo a coibi-las e a incentivar a bondade, a justiça e todas as virtudes. Sempre houve pessoas do mal e do bem. O que é preciso é que fique patente que o mal não compensa. Mas essa coação à prática do bem não precisa ser exercida por nenhum aparato institucional. Ela será muito mais eficaz se for feita de modo espontâneo pela própria sociedade. Os bons não podem ser submissos e nem tíbios. Têm que ter bravura e fortaleza para enfrentar os maus. Isso é algo que tem que crescer de forma natural, por meio da educação civilizatória e pela disseminação da prosperidade, a eliminação das desigualdades. Tudo isso leva, cada vez mais, a sociedade a ser, naturalmente, ordeira e pacífica, solidária e generosa, diligente e operosa. Não será preciso, ao final desse processo civilizatório, nenhum organismo formal para comandar a sociedade. Mas, por enquanto é preciso. E, então, que ele seja o mais justo, o mais democrático, o mais legítimo, o mais equânime, o mais transparente, o mais livre, o mais fraterno. À medida que as instituições políticas e econômicas forem se aperfeiçoando no sentido libertário, mais elas vão se tornando desnecessárias, até que desapareçam por total falta de precisão de que existam. Podemos e devemos nos esforçar que isso aconteça apenas em alguns séculos ao invés de milênios.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails