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quinta-feira, 31 de agosto de 2017
Como explicar em termos quânticos, as interferências entre as ondas causando a destruição ou a construção das ondas envolvidas? O que acontece com os fótons nesse caso? Não entendo como elas podem se destruir se as cristas não coincidirem com os vales. Silvio Zanin
A descrição quântica não contempla a análise da superposição de ondas. É preciso entender que o caráter quântico das ondas eletromagnéticas só se manifesta na emissão e absorção e não na propagação. Ou seja, que a onda eletromagnética seja uma distribuição contínua de campos oscilantes que se interferem como ondas não quânticas. E assim elas o são exceto quando emitidas e absorvidas. Então é que o tanto de onda que se captura ou se lança quando um sistema em que partes interajam elétrica ou magneticamente fazem essa captura ou lançamento, isso se dá apenas em quantidades tais que envolvam um valor inteiro de energia, proporcional à frequência da onda. Isso é o que se chama "comportamento dual". Ao longo da propagação, uma onda eletromagnética não é uma saraivada de fótons, como gotas de uma chuva. É uma onda contínua de campos elétricos e magnéticos que, ao ser absorvido e emitido, só o faz em certas quantidades que são os fótons. Pode-se dizer que um fóton e´a porção da onda que se possa retirar ou fornecer em quantidade inteiras somente. Todavia pode haver situação em que a potência energética emissora seja tão baixa que só consiga emitir o correspondente a um fóton de cada vez. Então vai sair uma porção limitada de onda, com extensão definida. Normalmente , nas ondas eletromagnéticas, os fótons, que são as porções de ondas que carreiam aquele quantum de energia, estão todos misturados continuamente na onda, sem fronteira entre eles e sem indicação de sua individualidade. Em frequências muito altas (raios gama), a densidade de energia da onda é bem grande, de modo que a individualização dos fótons pode ser mais percebida, mesmo na propagação. Então eles são mais parecidos a "partículas". Só que elas não são bolinhas maciças e sim pacotinhos de "ondinhas", que são coisas tênues, ou seja interpenetráveis umas pelas outras. Mas que podem colidir com outras partículas e produzir ricochete. Mas podem entrar em átomos atravessando os elétrons e atingindo diretamente o núcleo. Aliás esse negócio de não interpenetração, mesmo de férmions, tem que ser relativizado. Uma hibridação de orbitais em química é uma interpenetração de elétrons.
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