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quinta-feira, 31 de agosto de 2017
Ernesto, quando me perguntam o que ganho estudando, pesquisando, etc, nunca traduzindo em algo palpável, sempre respondo que tenho prazer, mas nunca se convencem e acham que sou masoquista. Já aconteceu isso com vc? E também, é ingenuidade pensar que universidades não são pra esse propósito?
Tem pessoas que, realmente, conferem valor a tudo em função de sua utilidade prática. Essa é uma concepção totalmente equivocada. Há muita coisa de grande valor que não tem utilidade prática nenhuma. A música, por exemplo. Bem como as demais artes. Uma edificação pode ser arquitetonicamente horrível e, mesmo assim, preencher a sua utilidade prática. A Cosmologia, por exemplo, ciência a que dediquei meus estudos de mestrado, não tem nenhuma utilidade prática. Só serve para satisfazer a curiosidade em saber a origem, estrutura e evolução do Universo. Há quem ache que fruir prazer em conhecer algo, sem pensar, absolutamente, na utilidade prática de tal conhecimento, seja algo inconcebível. Essas pessoas têm uma mentalidade muito tacanha e antolhada. Não conseguem ver que estudar pode ser prazeroso, porque, para elas, é um sacrifício a que se submetem apenas porque pode levar a resultados práticos, especialmente a ganhar mais dinheiro. Tenho muita pena de gente tão pobre de espírito assim. Discordo da bem-aventurança que Jesus concedeu aos pobres de espírito. Para mim, bem-aventurados são os ricos de espírito. Quanto ao propósito das Universidades, eles são de duas ordens. Uma é, de fato, o desenvolvimento e a disseminação de conhecimentos aplicados. Mas outra, também de suma importância, é o desenvolvimento da ciência básica, das artes e da filosofia, que não têm aplicação prática, mas que elevam o grau de civilização de um povo. Especialmente esse último propósito é que precisa ser bancado pelas instituições públicas, por não fornecerem retorno financeiro. Alguns até podem dar esse retorno a longo prazo (décadas), mas outros, como a Cosmologia, nunca.
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