quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Ateísmo é uma crença. Pois a ausência de evidência não significa evidência da ausência. O mundo humano é impuro, tomado por um cheiro que afasta os deuses por uma distância de mais de duzentas milhas. Não há razão para alguém que partiu do mundo humano e que entrou no céu desejar retornar à Terra.

Ateísmo não é crença, de modo nenhum. Pelo contrário. É uma descrença. A descrença na existência de divindades e de uma realidade sobrenatural de espíritos e assemelhados. Claro que ausência de evidência da existência de deuses não implica em evidência de inexistência de deuses. Não se tem nem evidência nem comprovação de que deuses não existam, tampouco de que existam. O mesmo se pode dizer sobre almas, espíritos, anjos e demônios. Mas os indícios são tão grandes no sentido de que não existam que se pode ter uma confiança muito boa em sua inexistência. Quanto à sua conjectura, ela é falsa, pois há sim, razões muito boas para que quem tenha ido para o céu, caso existam almas e o céu, queiram, exatamente, em razão de sua extrema bondade (motivo pelo qual para lá se foram) interferir na vida terrestre para livrar as pessoas das impurezas e conduzi-las ao céu também. Senão eles seriam egoístas e não teriam merecido o céu. Do mesmo modo que Deus, se houvesse, teria o máximo interesse de que todos o reconhecessem e lhe fossem seguidores em seus reclames por uma vida virtuosa. E nada disso acontece. Que deus de bondade é esse que deixa o mundo cheio de maldade, de doenças, de catástrofes, de sofrimento? Por causa do pecado de Adão e Eva? E os outros, que não pecam, o que têm com isso?

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