O problema de Gettier coloca o conhecimento científico no mesmo nível de veracidade epistêmica das crenças religiosas. O ateísmo, além disso, é compatível com o niilismo e a negação da existência do livre-arbítrio, bem como da moral responsabilidade. Lamento dizer, mas você está enganado!

Nada disso. A veracidade epistêmica do conhecimento científico é muito superior à de qualquer crença religiosa, pois estas não são submetidas a testes de falseamento e nem as religiões admitem que suas crenças sejam provisórias e sujeitas a verificação fática. Pelo contrário, a grande virtude do conhecimento científico é ser sempre provisório e sempre sujeito a contestação, sendo substituído se se verificar que esteja errado. Quanto ao niilismo, ele é ateísta, mas o ateísmo não precisa ser niilista. O ateísmo pode, perfeitamente, assumir valores éticos e estéticos sem a menor menção à existência de divindades. Aliás, é assim que concebo o ateísmo, como uma concepção impregnada de valores éticos e estéticos e perfeitamente sintonizada com a elevação e disseminação do bem e a erradicação do mal. E o ateísmo não exclui, em absoluto, a existência do livre-arbítrio, que é um fato da natureza, advindo do indeterminismo e da incausalidade do comportamento dos componentes do Universo em escala microscópica. Lamento dizer, mas VOCÊ, está enganado.