terça-feira, 23 de abril de 2019

Professor, vê a polimatia como algo bom à excelência de quem se dedica à ciência e ao magistério?

Sim, sem a menor dúvida. Entender com boa abrangência e profundidade de vários assuntos, mesmo que não tenham relação direta com o tema principal de trabalho da pessoa é excelente para abrir a mente para concepções e visões de mundo diferentes. Isso propicia uma forma mais completa e flexível de abordar qualquer tipo de conhecimento e habilidade. Por exemplo, saber matemática, escrever poesia, tocar instrumentos musicais, pintar quadros, entender de filosofia. Tudo isso na mesma pessoa aumenta muito sua capacidade e competência para todos esses assuntos. Um psicólogo, por exemplo, que entenda de Física, tem a mente muito mais aberta do que um que não entenda. É um grande erro considerar que a pessoa deve se focar em seu assunto e não se importar com o resto. Por isso é que considero um desastre a proposta do novo Ensino Médio de já especializar o estudante por área nesse nível. Em minha época era assim e eu achei péssimo não ter estudado formalmente Biologia e Filosofia por ter escolhido a área de exatas. Acabei estudando sozinho por minha conta, mas senti falta de ter frequentado aulas com a exigência de ser submetido a avaliações nessas matérias. Da mesma forma que acho inadmissível que uma pessoa que vá se dedicar às ciência humanas não conheça Matemática, Física, Química, Biologia e Geociências no nível elementar do Ensino Médio que, para mim, é algo que todo mundo tem que saber, vá ser o que for na vida. Mesmo lavradores, faxineiros, peões de obra. Todo ser humano adulto e mentalmente capaz tem que ter o Ensino Médio completo, com todas as matérias. E olhe que ainda faltam algumas no programa oficial.

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