quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ernesto, a moralidade exposta pelo Sr. tem base na Ideia de Deus mesmo que a negue. Os valores que o Sr. prega são valores cristãos. Aparentemente eliminar qualquer possibilidade de transcendência não seria camuflar um aspecto do imaginário humano?

Não são cristão. São comuns a toda a humanidade. Leia o Baghavad Gita, o Tao te Ching, o Zend Avesta. Leia Sêneca, Epicteto. Até o Corão. Você verá que a ética é humana e não cristã. Transcendência não se reporta a nada sobrenatural. Transcendência e espiritualidade são conceitos desvinculados de crenças e religiões. Tratam-se de conceitos filosóficos, entendidos como atitude de vida. São aquelas atitudes de se priorizar os valores mais elevados e nobres da humanidade, como bondade, solidariedade, cordialidade, gentileza, altruísmo, compaixão, abnegação, diligência, nobreza de caráter, justiça, honestidade, lealdade, sinceridade, coragem e bravura na defesa do bem, da virtude e de todos os valores mencionados, bem como a beleza, o conhecimento, a prudência, a sabedoria e tudo que seja edificante, enlevante e capaz de fomentar a paz, a harmonia, a alegria e a felicidade de todos os seres. Tratam-se de disposições de se viver virtuosamente e em prol do outro, da coletividade, da humanidade e de toda a natureza, despido de todo e qualquer egoísmo, orgulho, soberba, inveja, avareza, maledicência, vaidade, ambição, mesquinhez, desonestidade, prepotência, enfim, de todos os vícios. São desejos de fazer prevalecer o bem, a virtude, o conhecimento e a sabedoria sobre o mal, a ignorância e o vício.
Isso é independente de qualquer crença em Deus e na existência de espíritos e de uma alma imortal, como bem mostra o filósofo André Comte-Sponville e Alain de Botton, dentre outros espiritualistas ateus.

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