quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"Assim como a causalidade descreve a seqüência dos acontecimentos, a sincronicidade, para a mente chinesa, lida com a coincidência de eventos." C.G Jung Disponível em: http://migre.me/cHPgv

Ainda não li o I Ching, mas adianto que não simpatizo com o tipo de abordagem que ele adota. E também não gosto muito do Jung. Acho que ele desvirtuou a psicanálise ao introduzir conceitos espiritualistas. Mas concordo com a rejeição da causalidade como único fator do desenrolar do panorama do Universo ao longo do tempo. O acaso, mesmo não sendo determinante, desempenha um papel igualmente ou mais relevante do que o determinismo. Vou estudar melhor a proposta do I Ching para fazer uma crítica. Considerando como quadro presente a cada observador o conjunto de eventos do Universo que ele pode observar no momento e lugar em que se encontra, posso dizer que esse quadro é constituído por eventos que, por sua vez, foram desencadeados em razão de uma intrincadíssima teia de relações causais e casuais e que sua evolução, à medida que a linha de vida do observador se desenrola no espaço-tempo não pode ser prevista de modo definitivo, mas apenas probabilístico, o que não garante nada. Ou seja: não existe destino. E tampouco existe um fator de sincronicidade que faça com que a existência simultânea, para cada observador, de um certo conjunto de eventos (o seu presente), tenha influência sobre o evento que ele vivencia nesse presente. Como disse-o Mlodinow em seu "O Andar do Bêbado", a linha de vida de todo ser é um movimento browniano, em que cada direção de movimento se dá em razão da colisão aleatória com outras partículas que também se movem aleatoriamente, mesmo que, às vezes haja algum movimento determinado por um agente causal.

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