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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
"Qualquer ideia que te agrade, por isso mesmo..é tua.O autor nada mais fez que vestir a verdade, que dentro em ti se achava inteiramente nua.." Professor,concorda com o que Mário Quintana escreveu acima?
Perfeitamente. Por isso é que não vejo necessidade desse negócio de ficar citando quem disse isso ou aquilo. Normalmente eu leio muito e vou assimilando várias coisas que muitos dizem, incorporando a meu cabedal de idéias e convicções, que vão mudando à medida que vivo. Depois nem sei, em muitos casos, de quem é a ideia original. Mas não exito em expressá-la, pois, tendo-a assimilado como minha ideia, assim a considero, mesmo sem originalidade. Inclusive porque, muita ideia que suponho que seja originalmente minha, pode não ser, uma vez que não conheço tudo o que todos já disseram a respeito de tudo. Outra coisa que deploro é a aversão que o meio acadêmico costuma ter de opiniões. Tudo o que se escreve tem que ser com base em referências. Ora, e as ideias próprias? Não se pode criar? Ou propondo algo fundamentado ou, mesmo, apenas um palpite. Porque não? Claro que tem que ser dito que é uma proposta sem embasamento. Mas quantos palpites não foram essenciais para o desenvolvimento da ciência e da filosofia? A intuição é um valiosíssimo instrumento de formulação de hipóteses. A terceira coisa que aproveito para discutir aqui é a falha nos cursos de metodologia da ciência no treinamento para proposição de hipóteses. Só se estuda como testar hipóteses e como apresentar os resultados, mas não como se propor hipóteses. Isso é que é o mais básico da ciência. Os grandes cientistas de fato, não foram os que testaram hipóteses, mesmo que isso seja essencial. Foram os que propuseram hipóteses. E, em geral, não conhecemos suas tentativas frustradas. Uma pena, pois seria importantíssimo para o treinamento da criatividade científica.
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