quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Qual a definição de mente?‎ Carlos Matos

Varia com o autor. Para mim é uma ocorrência do cérebro e seus anexos, além dos órgãos dos sentidos, glândulas endócrinas, enfim, todo o organismo. Isso significa que a mente é o fato do cérebro, com toda a sua estrutura, estar "funcionanando". Esse funcionamento possui vários aspectos que, no conjunto, formam a mente, como sensação, percepção, memória, abstração, juízo, raciocínio, emoção, sentimento, desejo, vontade, decisão, comando, consciência, auto-consciência, intuição e outros. Isto significa que a mente é uma "emergência" do cérebro e companhia. Portanto, cessa de existir com a cessação do funcionamento cerebral. É importante não confundir a mente com a consciência, pois a maior parte do funcionamento mental é inconsciente. A perda da consciência que se dá no sono, na anestesia, no desmaio e no coma, não implica em cessação do funcionamento da mente, tanto que continua a haver comandos para a respiração, a digestão, os batimentos cardíacos e outros processos vitais e tudo é restaurado na recuperação da consciência. Mesmo a memorização e o raciocínio, em sua maior parte, são inconscientes e afloram à consciência como intuições. A própria perda da auto-consciência não implica na perda da consciência, nos casos em que a pessoa se torna um Zumbi, isto é, sabe o que acontece mas não sabe que é uma pessoa distinta. Nesse sentido, a mente é uma ocorrência puramente natural. Isso consiste no "monismo fisicalista". No entanto é preciso entender que fisicalismo não é materialismo. Há muito mais realidade física do que material. Além dela, são físicos os campos, a radiação, o espaço, o tempo, as estruturas e as ocorrências, bem como o modo de comportamento da natureza, descrito pelas chamadas "leis naturais", que não são prescritivas, mas só descritivas. Isso é uma concepção dita "reducionista", mas não linear, pois contempla retroalimentações, implicações reforçadas e cruzadas, o que faz compreender, também, o que se denomina "holismo", que diz que o todo emergente não é a simples soma das partes, mas tem algo além. Todavia, esse além, mesmo não sendo aditivo, advém do substrato de que emerge, sendo portanto redutível a ele, mesmo não linearmente, no sentido matemático.

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