Certo, mas as chances dessas "probabilidades naturais de produção" acontecerem para que tudo que existe hoje exista de fato são ínfimas, certo? Dr. Craig usualmente cita em debates estimativas feitas por físicos sobre elas e os números são quase incompreensíveis.

Sim, são ínfimas. Mas possíveis. E muito mais plausíveis do que a suposição da existência de um deus. Isso é que tem probabilidade mais ínfima ainda. É preciso entender que probabilidade muito baixa não significa impossibilidade. Além do mais, a arena de experimentos da natureza é muito mais vasta do que se possa imaginar. Ou seja, para cada possibilidade de ocorrência existem incontáveis modos de tentativas e inúmeras instâncias de realização. Assim, fatalmente, vai acontecer o que seja possível acontecer, na grande maioria dos casos, mesmo os que têm baixa probabilidade. Outra coisa é que, em geral, o pessoal calcula erradamente a probabilidade, o que dá um valor muito menor do que o verdadeiro. Por exemplo, alguns consideram a probabilidade de existirmos como sendo a probabilidade de que nossos átomos sejam reunidos, ao acaso, na estrutura que forma nosso corpo. Não é isso. Não somos formados pela reunião aleatória dos átomos de nossos corpos. Somos formados por um processo embriológico que resulta de uma evolução de várias centenas de milhões de anos, desde o primeiro ser vivo. E este, por sua vez, não surgiu a partir da reunião aleatória de seus átomos. Primeiro os átomos se uniram, aleatoriamente, para formar moléculas orgânicas, como água, metano, amônia, gás carbônico e outras. E isso aconteceu por causa das afinidades químicas. Depois, estas moléculas se reuniram para formar açúcares, bases nucleotídeas, amino-ácidos, ácidos graxos. Depois esses formam acídos nucléicos, proteínas e por aí vai. Ao se calcular a probabilidade de cada estágio, vê-se que não é tão pequena. Em cada estágio, o resultado do anterior é que é a base a partir da qual se calcularão as novas probabilidades. Isso aumenta extremamente a probabilidade.