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sexta-feira, 21 de março de 2014
Professor, muitos defensores do capitalista estão usando o argumento "No capitalismo você é livre pra crescer. Se você trabalhar muito chegará no topo" você concorda?
Claro que consegue, mas não só pelo trabalho. Conta muito, também, o talento e o acaso. Só que há um grande equívoco nesta concepção. Nesse esquema, alguém pode chegar ao topo e ser vencedor, mas não todos. É um esquema excludente. É um esquema de vencedores e perdedores. As pessoas valorizam a competição e o fato de derrotarem os outros. Isso é péssimo como comportamento ético. O bom é que todos se ajudem uns aos outros em um esquema de cooperação e não competição, para que todos se superem e todos alcancem o êxito. O grande mal do capitalismo é ético e não econômico. É valorizar a competição e não a colaboração. Por isso é que sou anti-capitalista. Não quero dizer que se deva premiar a preguiça e a incompetência. Mas que todos sejam auxiliados, uns pelos outros e a todos sejam dadas as mesmas oportunidades. Claro que haverá quem não as aproveite, por preguiça, burrice ou outro fator. Então haverá alguma desigualdade, normal. Mas não a que o capitalismo promove. No entanto, a derrota do capitalismo não se dará por nenhuma revolução socialista. É de dentro dele mesmo que virá a sua queda, por desuso. Isso acontecerá quando o capitalismo estiver tão disseminado que todos serão capitalistas e ninguém assalariado. Todos os trabalhadores serão patrões e ninguém será empregado de ninguém. Todos sócios do empreendimento em que trabalham. Assim o capitalismo perderá a razão de existir. Mas isso terá que ser acompanhado da extinção gradativa do dinheiro. Não por economia de trocas, pois o dinheiro é só um meio de troca. Mas por uma economia de produção e distribuição gratuita de bens, sem troca. Todo mundo trabalhando de graça para o bem de todo mundo. Outro esquema econômico.
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