sexta-feira, 21 de março de 2014

Vou insistir na questão até que resolva que essa é digna de ser respondida; Como a fisica e biologia interpretam as questões sexuais do humano?‎

Não é por ser indigna de resposta que alguma questão não é respondida. É porque fica perdida no grande volume que chega todo dia. A biologia, que em última análise se reduz à química, que, por sua vez se reduz à física, explica o sexo humano como explica o sexo de qualquer outro ser vivo. Por acaso a natureza desenvolveu o sexo como um recurso que otimizou a disseminação de genes, o que possibilitou uma variabilidade maior e, por conseguinte, maior possibilidade de sucesso evolutivo. Não havendo sexo, isto é, toda reprodução sendo partenogenética, qualquer mutação seguiria apenas a linha de descendência do mutante. Ou melhor, da mutante, pois, não havendo sexo, todos os seres seriam femininos, já que o sexo masculino é um sexo acessório. O fundamental é o feminino. O masculino surgiu, exatamente para possibilitar a variabilidade genética. No caso humano, o sexo não é apenas instintivo, mas a maior parte do comportamento, tanto no plano estritamente genital, quanto no plano das preliminares sexuais, incluindo aí, a corte, o namoro, a instituição do casamento e tudo o que gravita em torno da questão sexo, se dá por aprendizado. E, geralmente, se condiciona a comportamentos estabelecidos com certa rigidez social, ou seja, em diferente épocas e lugares, há o que seja permitido e o que seja proibido em termos sexuais. Isso, inclusive, se estabeleceu, muitas vezes, em razão de critérios completamente alheios ao sexo, como a questão econômica da garantia da herança apenas para a prole legítima. Com isso, também, depois que o homem ficou sabendo que é o seu sêmen que provoca a gravidez das mulheres, ele, por ter mais força, impediu a mulher de copular com outros homens, aprisionando-a a si. Ele, contudo, achou-se no direito de ter contatos extra par, sem represálias. Por sua vez a mulher, acabou, no esquema patriarcal, a se empenhar em conquistar os favores de algum homem para seu provedor, submetendo-se a ser exclusivamente dele e, muitas vezes, tolerando que ele não fosse exclusivamente dela. Tal estado de coisas não pode ser mais funesto para a plena realização pessoal, não só amorosa, mas em todos os aspectos, tanto de mulheres quanto de homens. A liberdade amorosa e sexual, acompanhada do compartilhamento de todas as responsabilidades, bem como de todas as regalias, masculinas e femininas, tanto por homens quanto por mulheres, é que é capaz de prover à pessoa humana, de ambos os sexos e gêneros, a realização plena de vida pessoal e social. Um estado de liberdades e responsabilidades totais, nos planos afetivos, sexuais e de provimento e cuidados com a prole, bem como mútuos, não contradiz em nada os requisitos biológicos incontornáveis da natureza. É só conceber a família como uma entidade muito mais ampla do que apenas um pai, uma mãe e seus filhos.

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