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sexta-feira, 28 de março de 2014
Todas as moléculas que constituem nosso cérebro são completamente substituídas no decorrer de nossas vidas, mais de uma vez. Ora, se todos os componentes são repostos, como a nossa personalidade, o que nós reconhecemos como consciência (nosso "eu") permanece o mesmo?
Porque tais características não são uma função do conteúdo e sim da estrutura. Tudo o que somos, em termos de personalidade, está armazenado em nossa memória, que é formada por conexões neurais entre dendritos e axônios (sinapses). Mesmo que as moléculas sejam substituídas, as estruturas que elas formam permanecem. Além das estruturas a mente, que é uma função do organismo, significa uma "ocorrência", ou seja, um "funcionamento" dessas estruturas que, em constante varredura, deixa o conjunto permanentemente aceso e fornecendo a noção do "eu". É como se você tivesse um guarda chuva que, um dia, trocou o tecido, outra vez trocou as barbatanas, outra vez a haste, outra vez o cabo e que, ao fim de tudo, não tem nada do original, mas é o mesmo guarda chuva por sua "continuidade histórica" e sua estrutura preservada.
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