sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Você sugere que se promova a distribuição de capital de um empresa entre os seus empregados. Por que isso não acontece na prática? Você pensa que ninguém o faz por pura maldade ou egoísmo? Todos deveriam ter a mesma parcela da empresa? Quem definiria qual é a parcela de cada um?

Exatamente isso é que eu proponho, até que se atinja o grau suficiente de civilização para que se possa abolir a existência do dinheiro. A questão não é, propriamente, maldade dos donos das empresas e, sim, da concepção de mundo que as pessoas possuem, que faz uma divisão entre capitalistas e trabalhadores, entre patrões e empregados. É preciso que se conceba que todos têm que ser trabalhadores e todos têm que ser patrões. Isto é, que a posse dos meios de produção e de serviços, bem como do resultado da produção e dos serviços, tenha que estar na mão de quem trabalha e que não pode haver quem seja dono sem ser trabalhador. É uma cosmovisão que precisa ser mudada. Que é ilegítimo que quem trabalhe não seja dono do empreendimento em que trabalhe. Em suma, que o trabalho fique em pé de igualdade com o capital entre os recursos necessários para qualquer empreendimento. Mas não pode acontecer como se deu nos países ditos "socialistas", em que a posse dos meios de produção ficou nas mãos do estado e os trabalhadores passaram de empregados de particulares para empregados do estado. O que tem que ser abolido é o emprego, isto é, o trabalho assalariado. Isso não pode existir. Se se quer que alguém trabalhe, esse alguém tem que ser um sócio da empresa. E todos os sócios têm que ser trabalhadores. Ninguém assalariado. Todo mundo participando dos lucros. A parcela de cada um seria definida por uma assembleia de sócios, em que se discutiria que parte seria merecida por cada nível de complexidade do trabalho exercido, bem como em razão do valor de dinheiro que alguém aplicou no empreendimento. O importante é se definir uma escala de equivalência entre capital e trabalho, para se ver o quanto cada parcela de trabalho equivalha a quanto de capital, a fim de se proceder a repartição dos lucros. Para começo de conversa, há que se estabelecer uma correspondência entre o quando se pagaria de salário para cada trabalho, se se pagasse salário e o quanto isso equivaleria em termos de algum capital. Isso tem que ser objeto de discussão entre os envolvidos. A transição para essa situação, a partir da existente, isto é, de patrões e empregados, há que ser gradual, até que não existam mais patrões e nem empregados, apenas sócios.

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