segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Ernesto, quando você era cristão, também tinha superstições? Se sim, como se livrou delas? Se livrou junto com a crença em divindades?

Nunca tive superstições. Meu catolicismo era inteiramente canônico e, como tal, considerava superstições demoníacas. Nunca fui um católico popular, talvez porque meus pais eram intelectuais e meu pai era professor de história e geografia e também entendia de filosofia, sociologia e economia. Minha mãe já era mais voltada para ciências e matemática, mas ela tinha sido noviça em um convento, de modo que o catolicismo que passou para mim era rigorosamente de acordo com a doutrina oficial e nada popularesco. A mãe de minha mãe era catequista com curso oficial de catequese católica. Ela e minha mãe trabalharam com Dom Helder Câmara nas favelas do Rio. A igreja que elas frequentavam era a de São Sebastião, dos frades capuchinhos (franciscanos), na rua Haddock Lobo, na Tijuca. Quando meu avô morreu elas foram para Marechal Hermes e trabalhavam na igreja de lá. Ao ir para Barbacena, minha mãe sempre se envolveu com trabalhos de caridade em favelas e fundou o "Clube dos Engraxates". Mas ela não gostava de padres e nem de políticos, que só queriam aparecer como benfeitores e não colocavam a "mão na massa". Na juventude eu fui congregado mariano e militante da TFP e queria ser santo. Mas eu abandonei o catolicismo e a TFP em razão de minha dedicação e aprofundamento dos estudos religiosos, filosóficos, históricos e científicos a que me dediquei com afinco.

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