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segunda-feira, 16 de abril de 2018
Discordo totalmente da sua opinião sobre quem não tem base do pré-cálculo não poder entrar na faculdade. Entrei em uma com pouca noção e hoje sou um dos melhores da sala. As aulas da faculdade me trouxeram a paixão pela matemática - estudos em geral, coisa que o E.M. não fez.
Seu caso é uma exceção. Sou professor desde 1968 e sei que o grande problema dos alunos em física e na matemática superior é a falta de base na matemática anterior. De fato muitos professores não despertam nos alunos o deslumbramento pela matemática que ela é capaz de provocar. Isso porque tiveram uma formação deficiente em seus cursos de licenciatura ou, o que é a maioria dos casos, porque não têm vocação para serem professores da matemática, não têm entusiasmo por sua profissão, não são fissurados nela. Dão suas aulas, em geral, porque acham que não encontram nada melhor para fazer, como ser engenheiros, porque não conseguem entrar para uma faculdade de engenharia. O bom professor de matemática é aquele que passaria facilmente em qualquer vestibular para engenharia, direito ou medicina, mas quer ser professor porque isso é o que ele gosta de ser na vida. Esse vai ser a pessoa que aprenderá matemática a fundo e abrangentemente, jamais se contentando apenas com o que seja exigido nas provas e que mergulhará na literatura da didática da matemática e nos livros de divulgação de matemática para extrair conteúdo que faça suas aulas serem um verdadeiro espetáculo e, então, os alunos se maravilhem com a matemática, como deve ser todo professor de matemática. Para que isso aconteça com a maioria dos professores e não apenas com uns pouquíssimos, seria preciso que o salário do professor fosse MELHOR do que o rendimento de um médico, de um advogado ou de um engenheiro, de forma que as melhores cabeças PREFERISSEM ser professor do que médico, advogado ou engenheiro. Como acontece na Coréia do Sul, na Finlândia e em outros países sérios.
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