terça-feira, 17 de abril de 2018

Interessante. Poderia-nos citar um exemplo de como ocorreria essa unificação entre justiça e bondade na prática?

Ora, toda justiça, de fato justa, é bondosa. Porque a justiça corresponde a conceder a cada um o que merece. E, normalmente, a não conceder a quem não merece. Isso é bondade, porque é educativo. Se não se punir quem merece ser punido, está-se fazendo uma maldade, não só para a sociedade, mas para ele mesmo, que, assim, pensará que não tem problema cometer malvadezas. Por outro lado, é possível, por bondade, se conceder algo a quem não mereça, mas, em geral, não é bom. Porque o bom é que a pessoa veja que o que ganhou, mereceu ganhar. Além do que fica injusto para com quem também não mereceu, mas não ganhou. Mas é claro que, em muitos casos, por bondade, pode-se conceder algo a alguém, mesmo que não tenha merecido, simplesmente porque não tinha nenhuma condição para merecer. Como dar comida a um mendigo faminto. O que ele fez para merecer? Nada. Mas é bondade e, portanto, é justo, lhe dar comida. E a grande bondade é a sociedade conceder a todos a oportunidade de merecer tudo de bom que possa ser alcançado. Punir um culpado, todavia, não é maldade nenhuma: é bondade. Desde, é claro, que essa punição não seja cruel e despropositada.

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