quarta-feira, 31 de julho de 2019

Prof., qual a razão do desprestígio da Filosofia no mundo atual em prol exclusivo da STEM (science, technology, engineering, mathematics)? Essa compartimentalização do conhecimento é benéfica ou seria essa visão da Filosofia como algo supérfluo e redundante a razão para o estado atual de coisas?

A peste do pragmatismo é a grande vilã que provoca a ojeriza pela filosofia. As pessoas só querem saber do que seja imediatamente útil e aplicável no dia a dia. Não querem cogitar das razões e significados profundos de tudo. Há uma nefanda primazia, colocada tanto pela direita quanto pela esquerda, da economia sobre os demais temas da vida das pessoas, em sociedade ou em privado. Claro que ciência e tecnologia são temas super interessantes e muito importantes. Mas não são os únicos. Há muitos, totalmente inúteis, que são interessantíssimos, como Cosmologia, em que fiz o meu mestrado. Do mesmo modo que música clássica, paleontologia, antropologia, linguística, astrofísica e, principalmente, filosofia. E note que filosofia é algo útil também, especialmente ética, mas, também, epistemologia e metafísica. O mais importante, em relação à filosofia, não é estudar a sua história e sim aprender a filosofar. Em todos os temas. Isso é essencial para se intervir no mundo e mudá-lo para que se torne bom para todos. O conhecimento pode ser compartimentalizado com o fito de se fazer uma abordagem, mas tem que haver algo que promova a sua junção a fim de que se tenha a compreensão global da realidade. Isso a Filosofia faz. Filosofia, absolutamente, não é redundante.

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