Pois é. Em minha concepção anarquista, o amor pode ser plural. O problema é que a maioria das pessoas não aceita compartilhar o seu amado ou amada com outros namorados ou namoradas, exigindo a exclusividade. Neste caso acho que se deva aproximar da pessoa, tentando conquistá-la e fazer com que ela desista do compromisso, se ela também passar a amar você. O importante, no meu entendimento é a franqueza e a lealdade. Nada de estratagemas e tapeações. Que tudo fique muito bem claro para todos os envolvidos, inclusive o que foi preterido. E tem-se que estar disposto a ser o preterido, sem nenhum ressentimento, pois amor é algo completamente livre. Não se pode pretender obrigar alguém a nos amar, como não se pode evitar de se amar a uma pessoa porque ela já seja comprometida. Não se obtendo a reciprocidade, nem por isso o amor deixa de existir e nem precisa ser abafado. Também é gratificante se amar sem ser amado. Pode-se, até, encontrar outro amor sem deixar de amar o primeiro. Mas o segundo tem que saber que ainda se ama o primeiro. A pluralidade amorosa consentida seria a solução para a maior parte dos conflitos e da infelicidade que o amor pode trazer. É preciso mudar a mentalidade e considerar que isso é um fato inevitável e próprio da natureza humana. Somos capazes de amar, intensa e sinceramente, a mais de uma outra pessoa. Não estou falando do amor fraterno, filial, paternal ou da amizade. Estou falando do amor erótico, conjugal, mesmo que não se realize no plano carnal e fique apenas platônico.
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