sábado, 20 de agosto de 2011

Ernesto, na questão da mente; como um epifenomenalista lidaria com o problema da dor enquanto adaptação?

Tenho que ver, pois não sou epifenomenologista. Sou fenomenologista. A mente, como concebo é uma ocorrência do cérebro, do resto do sistema nervoso, endócrino e de todo o organismo. Não há nada além de ocorrências naturais advindas da anatomia e fisiologia do organismo. A dor, portanto, é uma sensação comunicada por nervos ao cérebro que desencadeia ocorrências de tal ordem que isto é percebido pela consciência como dor. E a consciência não é nenhum epifenômeno e nenhuma entidade de ordem transnatural. O problema é que muitas pessoas acham que tudo que seja natural seja material. A realidade física não é apenas material, mesmo sem ser transnatural. Há muita coisa além de matéria na realidade física: campos, radiação, espaço, tempo, estruturas, ocorrências, dinâmicas. Tudo isso é natural, logo, físico e não é material. Epifenômeno seria um fenômeno que não pudesse ser reduzido a fenômenos dos estratos mais baixos da realidade. Outro equivoco é considerar redução como contribuição linear (isto é somas). O reducionismo apenas diz que os estratos superiores da realidade provém, tanto fenomenológica, quanto ontológica e epistemologicamente, dos inferiores, mas não pela simples soma. Há que se considerar efeitos de reforço, retroalimentações, interferências cruzadas e assim por diante. Como em física, poder-se-ia conceber um funcional lagrangeano não linear do qual, por variação, se extrairia a dinâmica de qualquer estrato da realidade. A questão e construir adequadamente tal lagrangeano.

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