sábado, 22 de outubro de 2011

Digamos que uma cidade foi projetada com ruas para o fluxo de 1.000.000 de carros/dia. Mas as montadoras de lá já produziram mais de 10.000.000 e continuam fazendo carros que na verdade vão ficar mais tempo parados no trânsito do que andando. Tem lógica?

Claro que não. Este é um paradoxo econômico descomunal. Considera-se que toda empresa ou nação só se encontra economicamente saudável enquanto está crescendo. Ela tem que sempre vender mais, faturar mais, lucrar mais. Se mantiver estável está economicamente doente. Isto é um disparate. Quando o mundo parar de crescer populacionalmente e a renda estiver igualmente distribuída por todos, que serão todos ricos, não haverá mais motivo para crescimento. Inclusive, o que é mais grave ainda. porque os recursos naturais para serem transformados em produtos são finitos e se esgotarão. Esta visão econômica equivocada tem que ser corrigida ainda mais por um outro fator, que, em minha opinião, brevemente ocorrerá. Os consumidores concluirão que o individualismo é inteiramente anti-econômico para seus bolsos e começarão a fazer tudo compartilhadamente, passando a ter residências comunitárias, com refeitórios, lavanderias e todas as facilidades em comum, tipo " apart hotel", só que particular. Então haverá uma drástica redução de consumo de tudo: geladeiras, televisores, louça, talheres, máquinas de lavar roupa, tudo enfim. Porque não mais haverão lares familiares individuais e sim coletivos. A economia será tremenda. Redução da necessidade de tudo. Garagens coletivas com carros compartilhados. Preferência pelo transporte coletivo, mesmo entre ricos. Isso não vai tardar a acontecer e provocará uma mudança radical nesse paradigma de crescimento ilimitado.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação

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