terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Na minha opinião, isso que as pessoas chamam de "deus" não teria a mínima capacidade de "criar"ou "inventar " o mar, animais e acima de tudo, nós. As pessoas tem tanta fé nisso, tanto amor por essa coisa de religião que, pelo menos para mim, é bem difícil de não acreditar só um pouco. Concorda?‎

Se existisse mesmo um deus como é concebido pelas religiões, essa entidade teria a capacidade de fazer qualquer coisa que fosse logicamente possível (mas não seria capaz de fazer um círculo quadrado). A questão é que, além de prover uma explicação para a razão de tudo (mas que, de fato, não explica como aconteceu o processo criativo por parte de deus), a noção de deus é confortante em vários aspectos. Além de criador, o deus também é considerado um provedor e atendedor de súplicas, para o que provê milagres, isto é, soluções à revelia do comportamento normal da natureza. Além disso, o deus também é um juiz e um aplicador de penalidades e concededor de premiações por mau ou bom comportamento. Isso porque a crença em deus é acompanhada pela crença na existência de uma alma imortal. Essa, aliás, é uma das mais reconfortantes, uma vez que, em geral, as pessoas consideram um horror que a morte seja o fim completo da consciência. A existência dessa punição e desse prêmio na eternidade, então, se torna uma poderosa ferramenta de controle do comportamento das pessoas, para contê-las em seus ímpetos criminosos e estimulá-las a comportamentos benevolentes. Tal é o cardápio de vantagens que a crença em deus oferece que, normalmente, ela é acatada sem um exame criterioso de seus fundamentos. Além do mais, como, em geral, é uma concepção da maioria, torna-se um fato social de que a rejeição fica configurada como uma rebeldia social passível de punições, não só as efetivamente dolosas, como, até, pena de morte, mas, pelo menos, a de rejeição pelo corpo social. Por essa razão, muitos, pelo menos externamente, não aderem ao ateísmo. Todavia há muitos que, na prática, são ateus, mesmo que não se declarem, pois pautam sua vida como se não houvera deus nem castigo nenhum por suas malvadezas. Ironicamente, em geral, os que, de fato, se declaram ateus, costumam ser, até, mais benevolentes, honestos e virtuosos do que muitos declaradamente "tementes a deus".

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