quinta-feira, 20 de março de 2014

" As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física.Friedrich Nietzsche " Homens e mulheres, é possível ser amigo de uma pessoa muito atraente? rsrs Boa tarde!‎

Claro que podem. Ademais, se houver atração física, qual o problema? Pode haver amizade acompanhada de amor sensual também. Ou não. O fato de sentir desejo não prejudica a amizade. Não consigo entender porque muitas pessoas acham que não se pode ser amigo de quem se ama. Acho que é porque consideram que não se é capaz de amar a mais de uma pessoa de cada vez. Claro que se é. Ou que, se amando, não se pode consentir em realizar esse amor, exceto com uma pessoa de cada vez. Por que não? Desde que todos os envolvidos saibam e estejam de acordo. E porque não estariam? Por que as relações amorosas precisam ser exclusivistas? Se as pessoas são capazes de amar a mais de uma outra (e são mesmo), por que só podem se relacionar com uma de cada vez? Porque seja imoral? É, mas o que está errado é a moral. Não é falta de ética nenhuma amar e se relacionar amorosamente de modo plurívoco, uma vez que não se está fazendo mal nenhum a ninguém. Amar a muitos não diminui o amor que se tem a cada um. Amor não é limitado em quantidade, de modo que ao ser distribuído reduz a cota de cada um. Todavia, mesmo que a pessoa amiga do sexo oposto seja atraente e desejável, isso não significa necessariamente que se sentira amor e desejo por ela. Acho que a amizade entre pessoas de sexo oposto é, até, mais enriquecedora do que entre pessoas do mesmo sexo, pois propicia o intercâmbio de visões de mundo distintas em relação a qualquer assunto. Se isso levar ao amor, acho até que é bom. O que não se pode é desenvolver o menor sentimento de posse e de ciúme em relação a quem se ama. É preciso admitir e aceitar que a pessoa amada também possa amar a outrem, sem o menor problema. Isso não é sem-vergonhice, não é libertinagem e nem prevaricação. É sentimento consentido de modo honesto e sincero, desde que seja algo genuíno, intenso, profundo, completo. E quanto mais amor houver no mundo, melhor para todo mundo. Penso que a origem da exigência de exclusividade nos relacionamentos seja de ordem econômica. Isso, para mim, é um despautério. Significa que as pessoas estão se relacionando como meio de vida e não como algo que lhes propiciará um maior significado existencial. Quem assim age não é digno de fruir o amor existente. O sustento de cada um tem que ser provido por ele mesmo, exceto quando criança. Quem ama quer o amado livre.

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