quinta-feira, 20 de março de 2014

Se não tem vida pós a morte, então nem há sentido em viver, muito menos fazer algo que faça a vida valer a pena, já que vou virar adubo da mesma forma que o pior dos assassinos e estupradores...

Tem sentido sim. E muito. A vida é uma preciosidade ímpar. É uma ocorrência singular e raríssima. Sermos seres vivos e, ainda por cima, inteligentes, é um privilégio incomensuravelmente valioso. Então é preciso que aproveitemos esse privilégio e vivamos a vida em plenitude e significância máximas. Não se tem nenhuma outra chance. A plenitude e o significado de vida estão no que a própria pessoa atribuir. Há dois aspectos a serem levados em consideração. O primeiro é que a evolução nos dotou de um desejo de felicidade que nos confere plenitude de vida exatamente em sendo felizes. O segundo é que, também por graça da evolução, somos seres gregários, de modo que a felicidade de cada um está ligada à felicidade de todos. Então a consecução da plenitude da vida se dá com o estabelecimento da felicidade global da sociedade em que estamos inseridos. Por isso, o que confere significado à vida de cada um é o seu esforço em promover o bem global do mundo. Isso é que faz com que a pessoa se sinta realizada e, em decorrência, feliz. Ou seja, é o altruísmo que propicia felicidade. O egoísmo pode propiciar vantagens e prazer, mas não felicidade nem significado à vida. Criminosos encaram a vida pela vantagem que levam em detrimento do prejuízo de outros. Isso contraria o instinto de empatia e lava a pessoa à infelicidade, a menos que tenha algum problema mental. Neste caso é preciso que seja levada a um tratamento psiquiátrico. Qualquer um de nós, realmente, viraremos ou adubo, ou cinzas, ou fezes, ou cacos, dependendo do modo como nosso corpo for disposto após nossa morte. Mas o que importa não é o que se dará conosco ao morrermos, mas como levamos a nossa vida, que é o que temos. Criminosos têm que ser coibidos de praticar crimes pela sociedade porque impedem que as outras pessoas possam levar vidas felizes. Por isso é que o crime é errado. Não porque contraria nenhum mandamento divino. E uma vida virtuosa não deve ser cultivada porque nos fará merecedores da beatitude eterna e nos liberará da danação eterna, mas sim porque é o modo de sermos felizes e espargirmos a felicidade.

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