quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Prof., ao que parece pessoas religiosas são mais felizes que as céticas, pois são mais tolerantes com as vicissitudes da vida. Quando algo de ruim lhes acontece normalmente dizem: Deus é maior; Deus escreve certo em linhas tortas; aqui se faz aqui se paga etc. Assim, quais as vantagens da descrença?‎

Não é verdade que por não se crer em Deus e na existência de alma imortal se seja mais vulnerável às vicissitudes da vida. A postura ateísta em relação a elas é, inclusive, mais tranquila, pois considera que as ocorrências são devidas a inúmeras injunções naturais e a acasos e coincidências. E, no caso de serem imputadas a ações humanas de outrem, não achar que seja por vontade de Deus é até melhor, pois, então, se envidam esforços positivos para coibir quem age malevolamente de assim o fazer. Sem pensar que haverá algum castigo em outra vida ou que haja uma compensação advinda de alguma ordem superior de realidade que faça com que o malvado pague e o bondoso seja recompensado, a pessoa cética agirá para que o mal seja coibido e o bem seja premiado nesta vida, por ações da sociedade. A descrença tem, pois, a vantagem de incentivar as ações humanas para difundir o bem e evitar o mal e, com isso, construir uma sociedade mais justa, harmônica, livre, fraterna, pacífica e aprazível para todos. Sem esperar que nenhuma justiça divina resolva os problemas. Além do fato fundamental de ser uma postura coerente com a verdade e não uma concepção ilusória. Por outro lado, mesmo que fosse desvantajoso ser descrente, a crença não se justificaria, simplesmente, por não ser verdadeira.

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