quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Professor, estudo em uma universidade muito bem respeitada em minas gerais e vejo muitos colegas "colando" em diversas provas com diversos tipos de justificativas e argumentos. O senhor acredita em algum motivo realmente plausível que justifique o ato de "colar"?Acha isso falha no caráter da pessoa?‎

Sim. É um grave defeito de caráter. Além de ser um engodo feito a si mesmo. Não tem a menor justificativa. A prova é, justamente, para "provar", o quanto se aprendeu do que se precisava aprender. Isso vai ser indicado pelo resultado honesto. Se a pessoa "cola", ela obterá um índice que não corresponde a seu aprendizado e, com ele, terá satisfeitas as exigências curriculares. Mas não terá obtido o aprendizado, que é o objetivo de se fazer um curso. Portanto, quem não sabe, precisa tirar nota ruim, para ter que aprender o que não aprendeu até tirar a nota que corresponda ao que se exige. E, para um filósofo, colar é uma contradição total com o que se entende por um filósofo, que tem que ser uma pessoa de ética ilibada. Ou seja, uma pessoa que assuma os prejuízos de suas deficiências de modo honrado. Se um estudante de qualquer curso comete um grande erro em colar, um estudante de filosofia, além disso, inviabiliza completamente a sua formação filosófica. Porque o aprendizado de uma atividade não é só a aquisição de conhecimentos e habilidades, mas também de atitudes e, principalmente, da construção de uma cosmovisão correspondente à atividade e da formação do caráter como profissional e como pessoa humana. Dentro do curso de filosofia deveria haver um "código de ética", que permitisse aos professores aplicarem suas provas e não fiscalizarem a execução pelos alunos e, mesmo assim, ninguém colasse e os que não soubessem assumissem o ônus de tirar nota ruim.

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