sexta-feira, 29 de maio de 2015

O amor é complicado? Porquê?

Não vejo complicação nenhuma no amor. A complicação advém das pessoas associarem o amor a outras condições, como um relacionamento exclusivista com vinculação a aspectos econômicos de alguém sustentar alguém. Toda pessoa humana adulta tem que, necessariamente, prover-se a si mesma sem depender nem de pai, nem de mãe, nem de mulher e nem de marido. Então os relacionamentos amorosos se darão exclusivamente por causa do amor e do desejo. Pronto! Além do mais, as pessoas associam o amor a um sentimento de posse em relação à pessoa amada, de modo que sofrem se a pessoa amada não lhe amar em retribuição ou amar a outrem. Isso não é amor. Quem ama quer a pessoa amada livre, inclusive para amar a outrem. E não deixa de amar por causa disso. Por outro lado, ficam preocupadas com o que os outros vão dizer e não admitem a possibilidade, perfeitamente real, de se amar a mais de uma outra pessoa simultaneamente. Isso acontece e nem é raro. É preciso que se admita que isso seja inteiramente legítimo e que os envolvidos aceitem sem problema compartilhar a pessoa a quem amam com outra pessoa que também a ame. Assim a felicidade de todos será grande. Amor, quanto mais, melhor. O sofrimento, pois, que se associa ao amor não é por causa do amor e sim por causa do egoísmo. porque não se quer perder a fonte de renda, porque não se quer ser tido como corno e coisas do tipo. Se se desligar de todas essas mesquinharias, se verá que o amor, sempre, é motivo de grande alegria, mesmo quando não retribuído. E não tem complicação nenhuma. Ama-se a quem se ama e pronto. Diz-se isso e vive-se isso. Mesmo que se ame a mais de uma outra pessoa. Que se ame a todas. Mesmo que esse amor não se realize em um relacionamento amoroso. Amar sempre é bom. Quanto mais se amar e a quanto mais pessoas, melhor para o mundo. O ideal é que todos se amem uns aos outros, como Jesus recomendou. Não só o amor philia ou o agape, mas também o eros. Sem problema Claro que de uma forma consentida pelos envolvidos. De uma forma respeitosa, comprometida, carinhosa, terna, sublime, intensa, completa, com amizade. Não se trata de devassidão e nem libertinagem. Trata-se de liberdade, de altruísmo. Enfim, de virtude. Sem inveja, sem ressentimento, sem possessividade. Assim é que é o amor anarquista, em que ninguém é dono de ninguém e todo mundo é de todo mundo (se quiser, é claro).

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