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terça-feira, 22 de agosto de 2017
Sabe porque muitos teístas usam argumento da ❝segunda lei da termodinâmica❞ pra provar que deus existe? Há alguma coisa nela que dê brecha pra teístas crerem que ela prova que algum deus exista?
A razão é que a segunda lei da termodinâmica diz que, em um sistema isolado, a entropia nunca pode diminuir. Ora, como o surgimento de galáxias, estrelas e planetas, bem como da vida, da inteligência e da consciência são ocorrências que diminuem a entropia dos sistemas em que tal surgimento ocorra, os criacionistas dizem que seria preciso haver uma interveniência extrínseca à natureza para contrariar essa lei física. E essa interveniência eles identificam como sendo proveniente de Deus. Todavia os sistemas em que tais ocorrências se dão não são sistemas isolados. Portanto a segunda lei da termodinâmica, em termos de variação de entropia, não se aplica a eles. Eles podem, sim, ter a sua entropia reduzida sem contrariar a segunda lei da termodinâmica desde que sua vizinhança sofra um aumento de entropia, pelo menos, em módulo, equivalente à redução que o sistema experimentou. E há interações que promovem a redução localizada da entropia de forma espontânea. É o caso da interação gravitacional e da interação de Van der Waals, por exemplo. Mas não é o caso da interação eletromagnética. Na interação gravitacional, uma vez ocorrido uma condensação aleatória com aumento localizado da densidade de massa, tal núcleo de condensação promoverá a progressiva acumulação de matéria na região, acarretando a formação de uma estrela e, mesmo, de uma galáxia. Como as partículas que se aglomeram para a formação da estrela, em geral, não possuem um momento angular nulo, a estrela se forma em rotação. Essa rotação, pela inércia, propicia o surgimento de um disco de matéria em órbita da estrela, no qual ocorrem, por sua vez, outras condensações que formam os planetas. O mesmo se dá com a formação de galáxias e das estrelas dentro dela. Em alguns casos o momento angular pode ser nulo, formando galáxias elípticas ou estrelas sem rotação e sem planetas. Mas essas casos são mais raros. Tais surgimentos de astros, que promovem a redução da entropia da matéria que eles são feitos, em relação à entropia que essa matéria possuía antes de formar o astro, não contraria o princípio da não diminuição da entropia de sistemas isolados, pois, no Universo como um todo, a entropia aumenta pelo aumento da entropia do gás interestelar e intergalático que sobrou sem condensar dessa condensação. Então não é preciso considerar a interveniência de nenhum agente extrínseco ao Universo para dar conta de explicar o surgimento de astros. O mesmo acontece com a formação de sistemas biológicos com vida a partir da matéria inanimada.
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