quarta-feira, 16 de maio de 2018

As divindades abstratas, individuais e subjetivas, não são falseáveis. Mas, as divindades religiosas, devido as alegações cometidas a elas, são falseáveis? (Corrija-me se notar alguma incoerência na pergunta).

Realmente não se pode falsear uma abstração hipotética e inventada. A imaginação pode tudo e não se pode nunca dizer que alguma ideia seja falsa como ideia. |Pode-se supor qualquer coisa. No entanto, se se pretender que algo ideado tenha existência real, no mundo objetivo, fora das mentes, há que se verificar se o que se propõe é verídico ou não. Então fica sujeito ao falseamento, isto é, às tentativas de se provar que é falso. Se a proposta se lograr vencedora de todas as tentativas de se mostrar que é falsa, fica aceita como verdadeira até que surja alguma razão que demonstre a sua falsidade. Isso é válido para qualquer assunto, como teorias científicas. E também é válido para propostas de conceituação de divindades. Há muitas por aí. A maioria evoluiu de mitos ancestrais, algum dia codificados em textos tidos como sagrados para o grupo dos aceitadores daquela particular versão do conceito de divindade. Outras foram propostas por indivíduos em particular que convenceram um grupo de pessoas a aceitá-la e esse grupo foi sendo ampliado até se tornar uma comunidade com o direito de ser denominada uma religião. Todavia, pelo que se sabe, todos os conceitos propostos para as divindades não lograram vencer todas as invectivas de falseamento de suas características definidoras. A conclusão é que Deus, a existir, ainda não foi adequadamente conceituado para conseguir se livrar de todas as tentativas de se mostrar que o conceito tem alguma falha. Então, por ora, é mais sábio e prudente considerar que tal tipo de entidade não exista.

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