quarta-feira, 16 de maio de 2018

Gostaria que você tivesse razão. Mas a esperança de que a educação filosófica possa realizar um progresso moral substancial é ingênua. O realismo ético nasceu de um senso de profunda interconexão com o cosmos, um insight místico. Éticas fisicalistas são relativísticas, subjetivistas ou niilistas.

Misticismo não existe como algo que tenha qualquer relação com alguma realidade sobrenatural. A moral é que é relativista, quer seja fisicalista quer seja espiritualista. A ética sempre é filosófica e absoluta. Bem e mal, certo e errado, não são conceitos relativos. O que é relativo é o que se pode, não se pode, se deve, não se deve e se tem que fazer, que é do que trata a moral e não a ética. A ética, absolutamente não é relativa, subjetiva e, especialmente niilista, pois o niilismo é a consideração de que não existem valores e a ética é a afirmação dos valores. É preciso muito cuidado em não confundir ateísmo com niilismo. O ateísmo não implica no niilismo, mesmo que o niilismo seja ateísta. Conceber a inexistência de Deus não significa não conceber a existência do bem e do mal e nem em deixar de atribuir valores às ações por serem boas ou más. As religiões é que se apropriaram das noções éticas, inteiramente humanistas, para construírem seus códigos morais, muitos, inclusive, contrários à ética. Absolutamente não é ingênuo conceber que a ética puramente humanista seja capaz de levar a humanidade a um estado de virtude generalizada ou de "santidade não religiosa" que é, inclusive, a condição prévia para que a sociedade possa se estabelecer de forma totalmente anárquica. Outra coisa é que a ética não tem nada a ver com o cosmos. A natureza é completamente a-ética. As ocorrências naturais não possuem valoração ética nenhuma, porque não são ações praticadas por seres dotados de consciência e liberdade.

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