segunda-feira, 17 de março de 2014

Sei que no comunismo os meios de produção seriam comuns a todos, mas não entendo como funcionaria na prática. Todos trabalhariam sem receber salário? Haveria outra espécie de troca sem ser o dinheiro?‎

No anarco-comunismo não há troca de nada por nada. Todos trabalham de graça pelo bem dos outros e todos recebem o que os outros produzem. Assim todos têm de tudo. Ninguém é pobre e ninguém é rico. Não há dinheiro, salário e nem lucro. A economia é totalmente não monetária. Tudo é de todos e nada é de ninguém. Muito mais justo. De cada um segundo a sua capacidade, a cada um segundo a sua necessidade. Sem preguiça e sem cobiça. Tudo é comunitário. Há centros de distribuição, refeitórios coletivos, dormitórios coletivos, lavanderias coletivas, vestuários coletivos, bibliotecas coletivas, salas de laser coletivas, garages coletivas. Todo mundo empenhado no bem de todo mundo. Todo homem é marido de todas as mulheres, toda mulher é mulher de todos os homens (que queiram, é claro). Todo adulto é pai e mãe de toda criança. Toda criança é filha de todo adulto. Todos cuidam de todos. Especialmente dos velhos. Família não é algo restrito mas sim a coletividade toda. A economia é imensa. Pense que não existem residências particulares, cada qual com a sua cozinha, a sua geladeira, a sua televisão, a sua sala de jantar. O tempo que se ganha deixando de produzir esse monte de coisas dispensáveis será um tempo de laser. Não precisa haver semana nem horário de trabalho. Trabalha-se na hora que se quiser, come-se na hora que se quiser, dorme-se na hora que se quiser. Tudo fica sempre funcionando, sem interrupção. Não há feriados, nem domingos. Mas cada um trabalha muito menos. Claro que tudo é levado muito a sério com imensa responsabilidade. Isso é que é uma verdadeira civilização.

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