quinta-feira, 5 de junho de 2014

O sr se considera um "positivista"?‎

De modo nenhum. Considero o positivismo um equívoco, se levado às últimas consequências. Mas vejo que ele possui componentes valiosos, como a rejeição ao dogmatismo religioso. Só que não vejo que a filosofia deva ser rejeitada aprioristicamente como inválida, tanto em metodologia quanto em conclusões. Outrossim, não pode ser aceita incondicionalmente, sem verificação. Mesmo sendo uma pessoa plenamente convencida do valor da ciência na investigação da verdade, isto é, das explicações corretas para o funcionamento da natureza e da sociedade, admito que outras formas de abordagem do conhecimento também possam ser válidas, como a vulgar e a filosófica. Todavia, em caso de confronto entre elas, a científica tem primazia, em face de seus critérios rigorosos de validação. Não acho, como Comte, que se deva, apenas, buscar conhecer "como" tudo acontece, mas, também, "porque", mesmo admitindo que, em alguns casos, essa resposta não possa ser encontrada. Há casos, contudo, em que pode. Outro aspecto que discordo no Positivismo é a sua intenção de transformar suas concepções em uma espécie de "religião". Isso é bobagem e acaba levando a outro tipo de dogmatismo que é o "cientificismo". Nenhuma concepção filosófica pode ser considerada dogmaticamente. É preciso se ser cético, inclusive em relação ao ceticismo.

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