quinta-feira, 5 de junho de 2014

Teólogo e mentiroso é a mesma coisa. Ele estuda as mentiras como elas são. Nenhum deles jamais disse: “Ei! Isso aqui é mentira!”. Não confunda com estudiosos que buscam a verdade. Este trecho foi tirado do livro "Em Busca do Deus Javé", de Alfredo Bernacchi. Concorda ou discorda?‎

Concordo. Acontece que os teólogos partem do pressuposto de que as ditas "revelações" de sua religião sejam verídicas "a priori" e não as examinam para chegar sua veracidade. Inclusive, por exemplo, teólogos cristãos não admitem que possa haver uma teologia islâmica ou bramânica, pois entendem que os pressupostos dessas religiões sejam falsos e só os cristãos sejam verdadeiros. Ora, não há como aferir qual das religiões seja verdadeira a partir de suas escrituras ou da fé de seus seguidores, pois há pessoas de fé sincera em todas elas. E essas pessoas creem em fatos diferentes que, evidentemente, não podem ser todos verdadeiros, pois se contradizem. Então, o critério de veritação, necessariamente, tem que ser extrínseco às religiões, ou seja, tem que ser filosófico ou científico. E os teólogos não admitem a primazia da filosofia ou da ciência sobre a teologia. Fica-se pois num impasse insolúvel. Daí se poder considerar, de fato, que a teologia seja, toda ela, uma farsa. Se, para aferir se alguma assertiva teológica seja verdadeira, se precisar valer da filosofia ou da ciência, então, de que serve a teologia? Ela seria, apenas, um parte da Filosofia, no caso de se verificar que, verdadeiramente, existiriam deuses ou espíritos. Daí se poderia conceber uma disciplina que estudasse suas propriedades. Mas essa disciplina, certamente, não poderia se basear nas ditas revelações, e sim em verificações fáticas.

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