sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

"A esquerda é a posição política que defende os pobres e oprimidos da sociedade". Bom, essa frase está incompleta. O que a esquerda defende, na verdade, é a manutenção de um Estado muito rico e poderoso, a fim de que o mesmo tenha meios para defender os pobres e oprimidos?

Essa é uma noção equivocada de esquerda que, apesar disso, corresponde ao que se entende geralmente por esquerda. O que, realmente, caracteriza a esquerda é a consideração de que as desigualdades sejam injustas enquanto a direita as considera justas e, até, necessárias. Mas a esquerda não precisa ser estatizante e a direita pode ser estatizante. O espectro político-econômico não se distribui apenas ao longo de uma dimensão, mas ao longo de várias: (igualdade-desigualdade); (liberdade-controle); (estatização-liberalismo); (progressismo-conservadorismo); (nacionalismo-globalismo) e outras. O que a esquerda verdadeira deseja é que todos tenham as mesmas oportunidades pessoais, sociais, políticas e econômicas. Não que sejam todos iguais, mas que tenham as mesmas chances, os mesmos direitos e os mesmos deveres e responsabilidades, sem privilégios e sem diferenciações. Em suma, que só haja uma classe social (o que é a mesma coisa que dizer que hão haja classe). Nem ricos, nem pobres. Assim, certamente, tem que coibir a exploração dos poderosos sobre os oprimidos. Mas isso não requer um estado autocrático. Tudo pode ser feito dentro da plena democracia e com todas as liberdades. exceto a liberdade de prejudicar. O estado não precisa ser rico e poderoso. O que tem que ser rico e poderoso é o povo. Mas com uma riqueza e um poder completamente distribuídos por todos e não concentrado em poucos.

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