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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Prof. Ernesto, o neo-ateísmo militante é um caminho destrutivo. Não parece-me estar empenhado em promover a paz no mundo, mas em simplesmente elevar o status da ciência como visão dominante do saber do mundo. A quem interessa tanto poder nas mãos de cientistas?
Não é não. É uma postura positiva em relação ao fato de que as crenças religiosas são um engodo e que as religiões, em geral, tiram proveito dessas crenças na população para a locupletação de seus mentores. Não acho que a ciência seja a única forma válida de conhecimento. Existem conhecimentos vulgares válidos. Mas os religiosos, não são válidos, no que tange à parte histórica e científica. E, certamente, quanto aos aspectos teológicos, em que são inteiramente errados mesmo, independentemente de qual for a religião. Quanto aos preceitos morais, há validade em grande parte dos que as religiões prescrevem, mas nem tudo. Eles não foram passados pelo crivo filosófico da ética, de modo que, muitas vezes, religiões proíbem o que não precisa ser proibido e prescrevem o que não deve ser prescrito. O neo-ateísmo militante, justamente, busca esclarecer a população sobre esses equívocos religiosos e apresentar o caminho correto, seguro e livre do ateísmo, como a melhor escolha para se levar a vida de forma lúcida, ética, honesta, franca, aprazível, solidária, benemérita, razoável e feliz. O que não concordo com alguns neo-ateístas é a sua concepção de que todas as pessoas religiosas o sejam por má fé. Isso não. Muitos (a maioria) o são de boa fé e bem intencionada, apesar de equivocada. Então é preciso fazer o proselitismo ateísta com caridade, buscando o bem da pessoa, sua felicidade, enfim. O ateísmo é extremamente libertador e incentivador a se adotar uma postura consciente e responsável perante o mundo, as outras pessoas e a sociedade. O ateísmo é muito mais incentivador da paz e da concórdia entre os povos e entre as pessoas em particular do que qualquer religião. Quanto ao poder, não são os cientistas que o detêm, mesmo que sejam eles que detenham o conhecimento. O uso desse conhecimento, contudo, está nas mãos, especialmente, dos políticos, dos militares e dos empresários. Quem dera estivesse nas mão dos cientistas, pois estes são muito mais altruístas e interessados no bem do mundo e das pessoas do que os empresários, os políticos e os militares.
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