terça-feira, 22 de agosto de 2017

Prof, sempre fui ruim em matemática básica pq não tive uma boa base. Hoje, sou bom em cálculos avançados, mas, por exemplo, não sei a tabuada decorada. Fico fazendo as contas. Você acha que ainda é válido decorar a tabuada ?

Certamente que sim. Há pedagogos que contestam a validade de tal tipo de habilidade. Mas eu sei que é bom saber muita coisa de cor mesmo. Claro que tem que saber de cor e, ao mesmo tempo, entender o fundamento daquilo que se está decorando. Por exemplo, os chamados "produtos notáveis" da álgebra. Bem como as identidades trigonométricas. E, também, ter grande habilidade em manipulações algébricas. Isso faz uma grande falta e é razão, inclusive, de reprovação em matérias mais avançadas da matemática, pela falta de base em assuntos do nível médio e, mesmo, do fundamental. O que, em geral, falta no ensino da matemática nesses níveis, é que os professores promovam o entusiasmo pela matéria. O deslumbramento, a paixão que leva o estudante a querer saber, inclusive, além do que é ensinado. E isso é porque, muitas vezes, eles mesmos não possuem essa fascinação pelo que ensinam. Quanto possuem, isso contagia. Eu sou fascinado por matemática, que, inclusive, chamo de "boatemática". Bem como por Física. Jamais me contentei em aprender apenas o que era exigido no nível em que eu estava. Ainda bem que tive um professor, o professor João Anastácio Pereira da Rocha, que, além de ser uma sumidade em matemática, também era um apaixonado por ela e por conhecimento, em geral. Eu ia na casa dele e ele me emprestava livros de nível superior de álgebra e fundamentos da matemática que eu estudava por minha conta, quando estava no científico. Mas raros são os alunos, que, por sua conta, são entusiasmados por conhecimento, de tudo, como eu sempre fui.

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