domingo, 15 de abril de 2018

Por que os professores de exatas no Brasil são tão ruins? Por que não formamos bons docentes nessas ciências?

A questão é que o magistério paga mal. Então as pessoas mais bem qualificadas, em qualquer área, preferem fazer outros cursos, como engenharia, medicina, direito, do que magistério. Sobram para o magistério as menos bem classificadas, justamente em razão de seu pior preparo e menor inteligência. Mas o ensino de ciências exatas exige um nível maior de preparo e inteligência, que, em geral, com raras exceções, os licenciados não possuem. Daí os professores piores serem os de exatas, já que os de humanas e biológicas conseguem superar suas limitações razoavelmente, mas não os de exatas. Por isso é que sempre me bati para que as licenciaturas fossem uma complementação aos bacharelados. Mas querer que um professor faça o bacharelado para depois fazer a licenciatura é exigir que ele seja competente. E se ele o for mesmo, então vai fazer engenharia. Ou mestrado e doutorado em física, química ou matemática para ser cientista e não professor. Isso só vai ser resolvido quando o salário dos professores passar a ser, não bom, mas ÓTIMO. Assim as melhores cabeças vão preferir ser professores do que cientistas, médicos, engenheiros ou advogados, justamente porque se ganha MAIS. Aí a concorrência no ENEM para as licenciaturas vai ser a mais apertada de todas. E a pontuação mínima para entrar em um bacharelado (já considerando que tenha que ser um pré-requisito para as licenciaturas) será maior do que para medicina, direito ou engenharias. Para isso é que temos que batalhar. Então os professores teriam que fazer greve para isso. Mas eles não vão querer, porque se a exigência aumentar, a maioria vai ser demitida. Porque, certamente, todos teriam que ser reconcursados e com um concurso bem exigente, para passarem para o novo quadro de ótimos salários (digamos uns dez mil por mês). Outro ponto IMPORTANTÍSSIMO é que não poderia mais haver estabilidade no emprego. Todo mundo teria que ser continuamente avaliado e demitido sumariamente por incompetência e negligência. Mas não uma incompetência medida pelo número de reprovações que dê e sim por provas de qualificação de conteúdo e de didática, pelo menos bi-anuais. Quem tivesse escore insuficiente em duas avaliações consecutivas seria demitido. Todo mundo teria que viver na corda bamba mesmo.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails