domingo, 15 de abril de 2018

Recebi de uma amiga (que o está repassando a todos os contatos do whatsapp e quer saber a minha opnião) este texto de Felipe Fiamenghi. É ridículo ter saudades do governo militar. https://www.donodanoticia.com/e-ridiculo-ter-saudades-do-governo-militar-122654.html Como responderia a este texto?

Que ele é completamente parcial. Não mente, mas não diz toda a verdade. E eu não acho que as coisas boas que o regime militar fez compensam toda a crueldade que vigeu sob ele e nem que essas coisas não poderiam, perfeitamente, terem sido feitas sem ele. Outros governos também fizeram tanto ou mais do que eles, como os de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek. E também tiveram seu lado ruim, mas o lado ruim dos governos militares foi pior ainda. Que foi a falta de liberdade democrática. A atual crise moral brasileira não é uma crise institucional e nem estrutural. É uma crise conjuntural que tem que ser resolvida conjunturalmente dentro das instituições vigentes que são boas. Não se pode imputar à democracia o fato de haver políticos corruptos, empresários corruptos, juízes corruptos. Em parte a culpa é do próprio povo, que é corrupto e que, inclusive, não quer que a corrupção acabe pra valer mesmo, porque quer poder se valer dos famosos "jeitinhos", que não existem sem corrupção. O que é preciso é que o povo se unte de vergonha na cara e seja, de fato, probo, de lisura impávida, sério, consciencioso ao votar e não eleja esses canalhas todos. E que denuncie os empresários e juízes corruptos, não deixando que a justiça seja leniente com eles. O povo é que tem que tomar as rédeas por meio de manifestações, mas não esporádicas e sim continuadas, por décadas a fio, dia a dia. Grande parte da responsabilidade por essa atitude está nas mãos do magistério, que precisa levantar a juventude contra seus pais coniventes com a corrupção e reverter esse quadro. Claro que isso demora várias gerações. Mas tem que começar agora.

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