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terça-feira, 15 de maio de 2018
O bem tem que prevalecer sobre o lucro, sempre.O que o mestre pensa sobre dualismo? Se a bondade que fazemos dá prazer ao cérebro, não seria este prazer um lucro? Tanto o bem quanto o mal geram prazer, e portanto, o cérebro lucra com ambos, não? O certo não seria: o bem deve prevalescer sobre o mal?
Não concordo com essa concepção. Muitas vezes se faz o bem sem prazer nenhum, inclusive com grande sacrifício, pelo valor intrínseco do bem e isto é eticamente correto. Fazer o mal pode dar prazer, mas nem sempre dá. Em qualquer caso é eticamente incorreto. Não é porque o cérebro lucra, ou seja, que seu núcleo de recompensa seja satisfeito, que algo deva ser considerado bom, eticamente falando. A ética não é uma questão sensorial. É uma questão racional, mesmo que tenha origem em sentimento. Tanto a concepção de que o mal não existe, sendo apenas a ausência do bem quanto a concepção de que o mal existe como um valor oposto ao bem, mas também positivo, são equivocadas. O mal e o bem existem de fato e um não é a ausência do outro. Mas o bem é um valor positivo e o mal um valor negativo. O prazer propiciado pelo mal é um prazer desprezível e a dor, quando propiciada pelo bem, é uma dor valiosa. Fazer o bem para ter paz de consciência, para se sentir satisfeito é uma concepção tão vil quanto fazer o bem para ir para o céu. O bem é um valor intrínseco que deve ser buscado por ele mesmo, sem objetivar nenhuma recompensa.
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