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terça-feira, 29 de janeiro de 2019
Em sua análise, qual seria a justificativa de haver sentimentos de possessividade em relações afetivas? Isso se constrói socialmente ou parte de um inatismo inerente à essência humana?
A possessividade é ligada à questão de que, como a criança humana tem um tempo grande de dependência parental, a evolução fez a mulher exigir do pai uma dedicação exclusiva a ela, para prover a prole e o homem exigir exclusividade da mulher, para não ter que cuidar de filhos de outros. Todavia, com a civilização, especialmente muito recentemente com o controle da natalidade, o sexo ficou dissociado da procriação. Além do fato de que os papeis sociais femininos e masculinos se tornaram indistintos. Então essa exigência não mais procede, inclusive porque se pode conceber uma estrutura familiar ampla em que vários pais e várias mães podem cuidar de vários filhos, em rodízio, como num falanstério, não sendo preciso haver a estrutura familiar monogâmica. Só que a evolução biológica é lenta e os instintos do homem civilizado ainda são pré-históricos. Felizmente, contudo, a civilização veio, justamente, para superar os instintos e o ser humano é capaz de se comportar pessoal e socialmente de modo divergente de seus instintos. Isso é que fez a civilização. E um passo adiante será, justamente, a modificação do conceito de família e de gamia para uma configuração plural, tanto em termos de relacionamentos conjugais quanto em termos de paternidade e maternidade sociais. Isso não quer dizer, em absoluto, a liberação da traição, pois esta é inadmissível, não por ser um relacionamento múltiplo, mas por ser assim de modo oculto e não consentido por todos os envolvidos. Poligamia, tanto poliândria, quanto poligínica ou mista, bem como o poliamor são perfeitamente legítimos e éticos, desde que com ciência e consentimento. Só é imoral porque a moral a respeito é totalmente ultrapassada, patriarcal e possessiva. Tem que ser mudada, pois não fere, em absoluto, nenhum princípio ético, uma vez que todos estejam de acordo e felizes. Mas, para tal, é preciso que os relacionamentos gâmicos não envolvam, em absoluto, nenhuma dependência econômica. Claro que os componentes de uma família pluralista podem e devem contribuir em conjunto para o provimento do grupo todo, com compartilhamento de encargos de todos os tipos. Mas não que ninguém seja capaz de se prover por si mesmo, se deixar de fazer parte do grupo gâmico.
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