domingo, 17 de outubro de 2010

Mas em relação ao capítulo 8 de João, a real intençao de Jesus com adúltera é mostrar q nem oq sem pecado julgaria ela, mas que ela pela graça fosse a partir livre a fazer o correto,"vai e nao peques mais". Pois como bem falou Jesus, "o meu fardo é leve".

Sou um grande admirador de Jesus como pessoa humana e procuro seguir muitos de seus ensinamentos, como doar todos os meus bens aos outros, mesmo considerando seu grande equívoco em supor-se Deus, se é que ele supunha mesmo. Mas discordo de vários pontos. Não considero, como Nietzsche considerava, que sua proposta seja para a construção de um homem fraco, derrotado e servil. Pelo contrário, para sustentar as virtudes da honradez, da justiça, da honestidade, da solidariedade, da compaixão, da temperança, da prudência e todas aquelas que fazem um ser humano sábio e valoroso, há que se ter muita coragem, destemor, valentia, bravura para, justamente, contrapor-se aos egoístas, mesquinhos, prepotentes, cruéis, insensíveis, que querem impor sua vontade à revelia do bem estar geral. O verdadeiro santo é um guerreiro, não para dominar os outros e escravizá-los, mas para libertá-los do jugo dos senhores da injustiça. O próprio "jihad" muçulmano, em princípio, não é uma guerra contra os infiéis, mas contra o pecado. Todavia a noção de pecado como atitudes e comportamentos contrários à vontade divina não pode prevalecer, mesmo que haja Deus, pois não se sabe que vontade é esta. As ditas "escrituras sagradas" não são absolutamente sagradas, mas uma coletânea de textos de autores diversos que se diziam portadores da palavra de Deus, ou, até mesmo, criam nisto, o que não tem o mínimo fundamento. Pecado, para mim, é uma conduta anti-ética, isto é, que despreza o outro em função da satisfação própria. Muito do que algumas doutrinas religiosas dizem ser pecado, absolutamente não o é, como o caso do sexo fora do casamento ou a homossexualidade. Mas o que mais condeno no cristianismo é a crueldade de Deus em se sentir aplacado em sua ira pelo sacrifício atroz de seu próprio filho. É um completo disparate. Aliás acho esquisitíssimo esse negócio de Jesus ser Deus e ter sido crucificado como expiação a Deus Pai, isto é, a si mesmo, já que o Pai, o Filho e o Espirito Santo são o mesmo Deus. Mas... como dizem os cristãos, isto é um mistério, aliás dois: o da Santíssima Trindade e o da Redenção. Para mim, Deus, em sua revelação, deveria ter deixado isto tudo bem explicadinho.

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